Monday, July 06, 2009


Fugir, estar, correr, ser, sair, ver, cegar perto dos que nem se quer sabem o que se passa aos arredores dos seus olhos, quem dirá de seu coração, muito menos da sua alma. Na inquietude humana pela busca do ser, ser humano, ser honesto, ser pessoa, ser gente, os atropelamentos, as faltas, atropelam as boas e mais simples intenções pelo desejo insaciável de crescer. Ainda que o silêncio dos que se comunicam e a palavra dos que se calam pudessem deixar aparecer aquilo que realmente somos, e que a força dos que se defendem e a fraqueza dos que batem, pudesse deixar ser quem realmente somos, e ainda que nós mesmos na beleza de não pensar nada, ou na podridão de pensar tudo, pudéssemos aceitar tudo que somos, o que não somos, o que seremos e o que não, tudo seria muito difícil na completude que nos falta de amor, ciência e compaixão. Que a simplicidade e a paciência sejam flechas em minhas mãos para envenenar todos aqueles que ainda não entendem a que vieram. Que os canhões de amor e os tiros de paixão sejam menos mortais que a bomba de deleite que será derramada. Que as mentiras não sejam colocadas na minha mente através de marretas, nem injetadas na veia através de seringas, nem espalhadas no ar como o pó que sai do chão. Não, nada disso é real. Tudo permeia, bóia, como as nossas bases o fazem na terra, mas nada é verdadeiro. E o faça verdade e se deixe ser sincero e sofrerá conseqüências seríssimas. Queime o louco, bata até a morte, enfie-lhe a faca no peito, corte sua cabeça. Não cutuque, não toque, deseje, mas não coma, fale, mas não se abre, finja que está tudo certo e que a beleza dos que te olham é tão sincera quanto o que tem dentro do peito. Está podre! Estamos todos corrompidos, já não existe mais nada a que se apegar, a que se dedicar, que amor, que tristeza, que dor, que morte, não, tudo, tudo, tudo está a mercê daquilo que vemos e nos circunda e nos tornamos vítimas de nossa própria visão, da nossa própria limitação mental, incapazes de vermos além da luz do sol. No isolamento que a falta do sol nos coloca está a resposta.

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